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  • Foto do escritorAnderson Mendes

Os Humanos podem suportar tudo, menos a falta de sentido!

Atualizado: 8 de mai. de 2020

Freud, o pai da psicanálise já dizia que o propósito da vida dos humanos girava em torno da busca pelo prazer. Já Adler, o pai da psicologia individual, afirmava que o ápice da busca pelos Humanos era pelo poder e Viktor Frankl, pai da Logoterapia, afirmava que os Humanos precisam de sentido para viver.



Depois de degustar e de me lambuzar em meu vazio existencial - talvez a maior dor psíquica causada pela minha depressão - foi que encontrei uma resposta realmente provocativa no livro Em busca de Sentido, de Viktor Frankl, o autor que foi sobrevivente dos campos de concentração na Segunda Guerra Mundial, afirma que o homem pode suportar tudo, menos a falta de sentido. Frankl observou que entre os prisioneiros que estavam no mesmo campo de concentração que ele e que conseguiram sobreviver ao holocausto, os que melhor conservaram a sanidade mental diante de todo aquele sofrimento foram aqueles que tinham um forte senso de dever, de missão, de algo ainda a ser realizado. Certamente o filósofo Nietzsche complementaria este trecho com a sua frase: “Quem tem por que viver pode suportar quase qualquer como”.


Acredito de verdade que o sentido da vida deve existir em cada um de nós e a nossa missão é encontrá-lo e executar o nosso dever.


Após compreender o que gerava em mim essa falta de significado, encontrei uma oportunidade para dar uma verdadeira reviravolta, achar as minhas respostas, que neste caso só foi possível porque identifiquei a depressão, retirei do sofrimento que ela causava um entendimento do meu propósito como ser humano. Aceitei que independente da situação em que estejamos é possível tomar uma decisão de transformar o sofrimento em algo positivo! Foi aí que surgiu à ideia de elaborar a "paliestra" - termo derivado da palestra do palhaço - denominada: “A alegria e a manutenção do ser feliz como recurso para o enfrentamento da depressão”, realizada diversas vezes em empresas, escolas, centros religiosos e até em presídios.


A minha crença me faz acreditar que quando nascemos já recebemos uma tarefa primária, um objetivo principal, que certamente não é o de somente pagar contas ao final de cada mês. E para realizarmos esta missão recebemos algumas ferramentas, que muitos chamam de dons ou habilidades. E caso não estejamos executando a nossa tarefa fundamental, sentimos uma enorme sensação de vazio, como se um sistema de alerta dentro de nós identificasse o que verdadeiramente é importante.


Na verdade não sabemos o que causa a depressão e nem como se estabelece e muito menos porque certos tratamentos dão certo e outros não. Não sabemos qual caminho ela escolheu para evoluir e muito menos porque alguém fica deprimido em determinadas situações em que outras pessoas nem se abalam.


Comigo, sinceramente, não sei se foi pela predisposição genética que tenho ou pelos acontecimentos naturais da vida, mas fazendo uma rápida retrospectiva vejo que foi algo me alertou sobre a minha imaturidade. Isto ocorreu quando passei da adolescência para a fase adulta. Lembro-me de ter ficado bastante chateado quando concluí que não poderia ser livre como era, e que a partir daquele momento teria que trabalhar e dedicar-me com afinco a minha carreira profissional. E que no trabalho eu teria de vestir a “máscara corporativa”. Sabe como é isto, não é? Ser racional, não demonstrar as fragilidades, ser sério, etc. Depois veio o casamento com suas inerentes responsabilidades. O fato é que eu só consegui identificar a depressão no final de 2011, e provavelmente tenha vivido com “ela” durante 15 ou mais anos sem nunca ter notado a sua presença.

Alguns psicólogos que entrevistei definem que a depressão é causada por uma não aceitação da realidade do indivíduo.

Eu concordo, escolhi aceitar a minha realidade e encontrar o meu propósito de vida e a convidar a todos a extrair da doença algo positivo que conduza a uma vida com alguns momentos felizes e cheia de sentido.


E você?



Anderson Mendes é consultor em saúde mental e bem-estar emocional, autor do livro e da série Depressão não é frescura! ao lado de nomes como: Mário Sérgio Cortella, Clóvis de Barros, Monja Coen, Márcio Atalla, entre outros.)

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