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  • Foto do escritorAnderson Mendes

Natal: como escolher presentes para os filhos da era do ilimitado?


As festas de fim de ano estão cada vez mais próximas, e nesse período é comum que pais comecem a se preocupar com os presentes dos filhos. PlayStation 5 ou iPhone 14? O que será que tem mais potencial de agradar um jovem dessa geração que já nasceu conectada?


E para as crianças e adolescentes, a ansiedade muitas vezes também domina neste período do ano (ainda mais para esta galera que não tolera aguardar), e talvez eles estejam pensando agora: “será que vou aguentar esperar até o natal para receber o meu presente?”.


E a minha pergunta para você, pai e mãe, é a seguinte: qual o grande presente que você dará aos seus filhos neste natal?


Não tem jeito, é cultural: no final do ano todos ficamos loucos, para lá e para cá, buscando os melhores presentes para oferecer às pessoas que amamos. Afinal, as pessoas que estão ao nosso lado, compartilhando a vida e nos apoiando, merecem serem lembradas, e para isso podemos ofertar a elas algum presente que traduza nosso carinho, gratidão e afeto.


Mas você já parou para pensar que os presentes mais especiais não necessariamente serão encontrados em uma prateleira ou em um link de um e-commerce qualquer?


São os presentes originais, íntimos e exclusivos, que possuem valores imensuráveis. Cartas, objetos feitos à mão, algo que te fez lembrar aquela pessoa — por ser de uma banda que ela gosta, da sua cor preferida ou que tenha qualquer ligação com algum momento que vocês viveram juntos —, esses são os presentes mais ricos.


Será que eles precisam de mais objetos multimídias que tem em seu logotipo uma maçã mordida? Que tal presenteá-los com algo feito por você dizendo o quanto eles são importantes para você e toda sua família?


Você se lembra quando seu filho era pequeno e nos dias de pais e mães eles entregavam um presente que poderia ser um desenho, uma pintura, uma caixa porta joias etc? Você lembra como isso te sensibilizava?


Esta ideia parece bem estranha, não? “Substituir um grande desejo deles por algo feito por mim, quando eu nem sei se ficará bom?”. Pois é, certamente a frustração para eles será grande, te garanto.


Talvez seu filho não tenha maturidade para compreender o real significado deste seu ato, mas a boa notícia é que nele conterá grandes ingredientes que esta nova geração tanto necessita: atenção, carinho e afeto. Sabe aqueles remédios que são super azedos, mas que fazem efeito? É disso que estou falando!


Portanto te faço mais uma pergunta reflexiva: Qual será a herança que você deixará para os seus sucessores?


Mas olha, antes de você responder, quero te contar uma história: alguns anos atrás, um grande amigo fez uma festa de aniversário e, em determinado momento da comemoração, ele decidiu abrir todos os presentes na presença dos convidados. Muito bem, ele ganhou quadros, garrafas de vinho, camisetas, gadgets tecnológicos e mais alguns agrados.


O presente que eu quis oferecer a ele era conceitual J


Fiz uma sacola personalizada para ele e enchi de cacarecos infantis, como: um arco e flecha, estilingue, hiper-quadra, bolinhas de gude, futebol de botão e, por fim, as famosas biribinhas.


Ao abrir o saco gigante de presente, ele foi tirando um a um e fazendo caras e bocas de estranheza e sarcasmo até chegar ao momento das biribas. Ali ele entendeu e começou a chorar: sim, chorar feito uma criança. Porque naquele momento, ele relembrou de sua infância e entendeu qual era o meu grande objetivo por trás daquele presente: conectá-lo com a sua criança interior e relembrá-lo do quanto é importante e saboroso o brincar.


E ele disse o seguinte: “Que foda! Esse era meu negócio favorito quando eu era criança”, segundos antes de começar a chorar emocionado com as memórias que aquele presente lhe trouxe. Não foi preciso gastar muito para despertar esse sentimento nele, bastou investir energia para pensar no que realmente poderia ser valioso para ele.


Os presentes materiais são muito pobres comparados ao afeto legítimo. Que tal pensar nisso quando for escolher o próximo presente dos seus filhos e de outras pessoas que você ama?


Como escolher o presente perfeito


Escolher o presente perfeito, que emociona, pode levar muito mais tempo do que efetuar uma compra virtual, que exige poucos cliques. Mas eu te garanto que, no fim, cada minuto investido nessa missão valerá a pena.


E para atingir o resultado esperado, é óbvio que não existe receita pronta — mas trago algumas sugestões que talvez ajude. Para que os natais sejam menos “terceirizados” e mais afetuosos, precisamos ouvir com atenção e observar com olhar empático — é assim que surgem as melhores ideias.


É claro que, o que também pode facilitar esse processo, é iniciar a trajetória meses antes, se fazendo presente na vida do seu filho e se conectando, cada vez mais, com esse Humano.


A Comunicação Afetiva é um caminho para a construção ou manutenção da relação entre pais e filhos. Por meio dela, os dois lados desse vínculo se sentem seguros e acolhidos e, consequentemente, podem se conhecer melhor e experienciar uma conexão mais madura.


E quando falamos em criar presentes originais, conhecer bem a pessoa que será presenteada é um requisito quase obrigatório. Portanto, observe o que seu filho gosta de fazer em seu tempo livre, quais músicas escuta, o que gosta de ler, quais são seus jogos favoritos e quais são as cores em que ele se sente mais confortável.


Relembre os momentos vividos juntos — aquela situação engraçada que só de pensar, ambos já soltam uma gargalhada sincera, uma piada interna... tudo isso são ingredientes que podem ser utilizados na criação do seu presente original e que certamente irá surpreende-lo.

Entregar um presente que não ficará fora de moda, ou mesmo desatualizado, será, em algum momento da vida dele, muito importante. Sabe o porquê? Porque o amor não tem prazo de validade.


“Mas Anderson, eu só tenho ideias ruins. Ou pior, acho que não vou conseguir fazer o que imaginei”, calma lá, Humano. “Ideias ruins” e presentes que dão errado também entram para a história. Não deixe isso bloquear o seu caminho.


O importante é que o seu presente grite “você é especial para mim”. E, para isso, ele precisa vir do fundo do seu coração, e ser legítimo. Tente, se arrisque. No fim, são presentes como esses que ensinam os filhos a valorizarem outros tipos de presentes.


Busque oferecer a experiência completa: ao entregar o presente, se abra, fale sobre o processo de criar esse item tão especial e qual foi a sua intenção. Presenteie também com o seu melhor abraço — aquele de “urso”, que acolhe, conforta e aquece.


Tente não criar expectativas demais: em um primeiro momento, pode ser que aquele Humano nem sequer entenda a imensidão daquele presente e não enxergue o verdadeiro valor afetivo daquilo. Mas, um dia, com certeza vai. E aquilo entrará para a história da família, como uma verdadeira herança deixada por você.


A herança não é o presente em si, mas o que ele significa e ensina para seus filhos. Queremos mais corações e menos maçãs, e que nossos lares sejam mais quentes de interesse, atenção, afeto e cuidado.


Vamos criar um natal mais quentinho e original, Humano?

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